Não te enganes a ti próprio
Que o coração já não acredita.
Ainda o amas e o sentes
Ainda o queres, o desejas.
É recordando que se esquece
E vivendo que se renasce
O presente é cada dia
No passado está o futuro.
A história já está escrita
Um pedaço de nós que ficou.
Quando amámos damos tudo
Mas também ficamos marcados.
No final pode até ser triste
Podemos nunca mais querer recordar
Mas seremos sempre felizardos
Porque um dia lográmos AMAR.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
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6 comentários:
Caro Autor,
O seu poema trouxe-me à lembrança aquilo que acho sobre o que vale realmente a pena…
E sabe do que mais… a vida vale a pena, o amor vale a pena, a busca da felicidade, a história que fica, o passado para recordar… enfim viver vale a pena…
E o sofrimento, esse, infelizmente vem agarrado ao que vale realmente a pena, faz parte, faz-nos crescer, saber viver, saber amar…
Carlos Drumond de Andrade define numa frase o que quero transmitir, de forma muito mais sábia, muito mais firme:
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional."
É exactamente o que penso e você o que acha?
Cara Petite,
concordo perfeitamente. O que nos faz viver é o amor, todos nós queremos ser amados, e é o mais difícil, porque amar alguém parte de nós e escolhemos quem quisermos. Ao contrário sermos escolhidos para sermos amados é o nosso grande desafio. Não depende muito de nós. E bem vistas as coisas é aqui que está o segredo do amor. E o sofrimento que nos causa toda esta dialéctica, amarmos alguém, mas não sermos correspondidos, é por nós consentido e estamos conscientes de que essa dor existe. E na veradade, exprimida que seja o cerne da questão, todos nós gostamos de sentir essa dor e sofrer porque sabemos, como diz, que realmente vale a pena sofrer. Porquê? Porque só quem tem capacidade para sofrer, tem capacidade para amar e no final podemos num suspiro de alívio, mas também de conquista feita, dizer que valeu a pena sofrer por amor. E temos que concordar que assim sabe bem melhor, acreditamos mais, damos mais valor àquilo que nos custou.
Vale a pena sofrer por um amor assim.
Efectivamente, sofrer é opcional, mas se o amor é mesmo verdadeiro, sofrer é um mal necessário.
Concorda?
Caro Autor,
Concordo consigo quando diz que o que nos faz viver é o amor... é verdade, é esse sentimento que nos faz ser capazes de enfrentar o dia-a-dia, os prós e os contras...
Quanto ao sofrimento, acredito no seguinte. Penso que não existe uma vida totalmente feliz, existe sim uma vida com (esperamos nós, muitos) momentos felizes... é que a dialéctica da vida é feita de pequenos momentos, alguns muito agradáveis, quase perfeitos... eu diria, felizes e devemos aproveitá-los, quando eles acontecem, como se cada um deles fosse o último...
Então talvez dir-lhe-ei que o sofrimento não será um mal necessário, mesmo para quem ama um amor verdadeiro, desde que saibamos viver, sem dúvida um dos maiores desafios do Homem, a tal de ponto que poucos serão aqueles que saberão viver sem sofrer...
Com isto, não lhe quero dizer que a vida não é feita de alguns maus momentos... sem dúvida que é... será a tal "dor inevitável", mas julgo eu [e diga-me se assim não será] que esses momentos farão ou não sofrer consoante se saiba ou não lidar com eles.
Assim, nada como viver um dia de cada vez, aproveitando tudo o que a vida nos oferece, com regra, mas também com todo o vigor e entusiasmo com que todas as coisas merecem ser vividas procurando ser sempre muito feliz!...:)
Tem toda a razão. É exactamente o que diz, é preciso saber viver os momentos, pois daí advém sofrimento ou felicidade. A opção, na maioria das vezes, é nossa. Muito bem.
Caríssimo Daniel,
Bem sei que o repto não me foi lançado directamente, no entanto, fazendo jus ao seu convite para entrar na sua casa e por cá partilhar algumas opiniões e pensamentos, não resisto a meter a "foice em seara alheia" e deixe-me dizer-lhe que por esta “seara” se tem escrito muito e bem, tenho andado distraída!.
Acho, concordo com Petite, "a dor inevitável advém-nos muitas vezes do facto de não sabermos viver", mas não posso deixar de concordar consigo, o sofrimento é, muitas vezes, um mal necessário quando se ama, ora veja:
«Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já.
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida.
Saudade é sentir que existe o que não existe mais
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou."
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido»
Assim nos ensina Pablo Neruda, “Saudade”.
Cara, permita-me, colega,
concordo que a dor é um castigo por errarmos e um cana para podermos pescar por nós mesmos. Efectivamente é belíssima a discrição do ilustre Pablo Neruda, "(...)Saudade é amar um passado que ainda não passou(...)". E por isso resolvi responder-te com um escrito que publicarei brevemente na página principal(depois destas festas). No entanto não resisto em deixar-te uma pequena passagem: "(...)A saudade é querer (re)viver o já vivido
Desejar o nunca tido
Amar um sonho distante(...)".
Brevemente discutiremos.
Também gostaria de discutir convosco, tu e a Petite o poema "Há Sempre..."(está nos meus arquivos mês de setembro).
Fico a espera do vosso ponto de vista
Boas entradas.
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