sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Dois degraus acima (À Matilde a esperança vive)



Matilde é uma criança de 11 anos de idade que está há dois anos em estado vegetativo, vítima de um AVC. Este poema surgiu aquando de uma reportagem exibida pela SIC, em 17-01-2008, com o título "Uma sentença de vida".
Assim, estas palavras são de homenagem à Matilde e todas as crianças que, de uma forma ou outra, sofrem neste momento.


Dois degraus acima


Dois degraus acima,
Bastavam dois passos
Para alcançar a vida,
A vida um dia levada pelos ventos.

Não espero milagres
Mas também não quero lágrimas
Quero o teu ar, sinto o teu respirar
Ainda tenho muito para te amar.

Dois degraus acima
A minha esperança não declina
Cada dia ela me anima
Serás sempre minha menina.

Ainda sinto a tua alma
Quando toco o teu corpo.
Sei que ela está bem viva,
Porque vives no meu coração.


Em 17-01-2008

sábado, 5 de janeiro de 2008

Saudades 2

Saudade…quem nunca a sentiu?
Quem nunca sentiu uma brisa arrepiante
Trespassando o corpo, balançando a alma,
Despertando emoções desinquietas,
Lembranças de tempos passados e sonhados?

A saudade tem cheiro, voz, sentir, alma
É um cheiro que nos lembra outrora
Uma voz que nos lembra alguém
Um sentimento que nos aperta o peito
Um estado de espírito que nos ajeita

A saudade é querer viver o já sentido
É desejar o nunca tido
É amar um sonho distante
É um abraço apertado num vazio escondido

É uma lágrima a espreita
Um suspiro cansado e pesado
Uma lembrança nostálgica
Um abrigo aconchegado

Já todos nós sentimos saudades
Porque já todos nós fomos cúmplices
De alguém, com alguém
De uma coisa, um momento ou local.