segunda-feira, 22 de junho de 2009

Criança de sempre


Criança, quero ser criança
Rir e chorar com as minhas fantasias
Imaginar o meu mundo de alegrias
Amar as coisas com a minha inocência.
Não quero crescer antes de tempo
(Ç)crescer já, me tira felicidade
Andar por aí me faz perder no vento.

É o meu direito ser criança.

Eu quero ser esperança
Sonhar com um mundo melhor
Passo a passo crescer como uma flor
Estudar, porque assim se avança.
Roubar-me a infância?
Antes deixar-me no berço dos anjos
No passado dos vossos sonhos.
(Ç)com certeza nos desejos de uma família
Amanhã serei a criança de sempre.


22-06-2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um tempo


Perguntei-te, disseste que sim,
Respondi-te, disseste que não,
Propus-te, disseste “talvez sim,”
Tentei, disseste “agora não”,
Avancei, pediste um tempo,
Dei-te um tempo e ficaste parada no tempo.

Assim, no fim do tempo do tempo que te dei,
Recuei no tempo do tempo que eu tinha,
Porque no tempo do tempo que o tempo tem
O tempo não tem tempo para o tempo que temos.
E, pelos vistos, ainda não chegou o nosso tempo
Ou para nós os dois não há qualquer tempo.
E se houver, o nosso tempo já passou no tempo.

Por isso, não mais te perguntei pelo sim,
Deixei de responder-te para não ouvir um não,
Não mais te propus pelo sim,
Deixei de tentar que fosse agora,
Desesperei no tempo do tempo que pediste,
E passei por cima do tempo do tempo que te dei,
Porque tanto tempo no tempo do tempo
É perda do pouco tempo do tempo que temos.


18-06-2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sábias palavras...tantas verdades


Perante estas verdades
não posso nem consigo dizer nada.
Mas também não quero e não digo.
e mesmo que quisesse não conseguia
e se conseguisse não diria.

perante todas estas palavras
fico eu sem palavras
e as poucas que ainda tenho
não chegam para fazer
um leve comentário que seja.

Porque são poucas,
não têm sentimento e são mortas.
Eu até posso dizer qualquer coisa,
mas qualquer coisa é coisa nenhuma
perante aquelas sábias palavras.

Eu até sinto e vivo aquelas palavras,
mas sentimentos mesmo, só vivendo,
são descabidas de representação.
Elas têm vida, têm emoções,
sentem, riem e choram,
mas são elas e apenas elas.

Sábias palavras me escreveste,
dizem tudo.
Bonitas palavras me enviaste,
são lindas.
Sentidas palavras me disseste,
são fortes.

Mas...são más, não têm culpa, mas são más,
porque para além de me deixar
sem poder dizer nada,
reduzem-me a nada.

domingo, 14 de junho de 2009

Um livro amigo


Um livro, mãe.
Quero um livro amigo!

Um livro para eu pintar, desenhar,
Ver, conhecer, aprender e criar.
E ler as coisas mais bonitas do mundo.

Um livro que me acompanhe
À escola, em casa e com os outros,
Que na cama me conte uma história.

Um livro, pai.
Um livro amigo.

Um amigo que me diz, me dá, me mostra,
E me ensina o certo e o errado,
E me leve às maravilhas do mundo.

Um livro para eu colocar na estante do meu quarto
Para eu levar na mochila à escola
E para ler aos meus amigos muitas coisas.

Mãe, Pai,
Quero o meu amigo livro!


13-06-2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fraqueza Minha


De vez em quando faz assim só para me convencer
Solta a sua voz louca num canto caloroso
Balança numa dança erótica
Sussurra-me ao ouvido palavras doce de carrinho
Envolve-me nos seus braços
Tudo só para me convencer.

De vez em quando desaparece sem dizer nada
Faz um jogo das escondidas, do gato e do rato
Mas depois aparece com um ar de vítima
Inocência de uma criança
E se cola, e se enrosca e se espalha toda em mim
Só para me convencer.

Às vezes nem estou aí para o amor
Mas ela vem e se faz e se envolve em romantismos
E me fisga, me toca e me acaricia
E com os seus lábios doces e sedentos
Percorrem, arrepiando-o, por todo o meu corpo
E me convence do seu sabor… e da minha fraqueza.