quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

És Cabo Verde, cretcheu


Ó Tu aí que Te fazes a mim e não me largas
Com esta Tua morabeza contagiante,
Com este gingar das Tuas ancas
Neste batuque “tchabetado”.

Ó Tu aí que rebolas ao vento,
Que passas por mim, sorris e não ficas
E vais balançando com este andar de menina de zona,
Que Te dás como se fosse tudo Teu.

Ó Tu aí que passeias por outros mundos
Que convives com outros povos
Sempre na Tua cultura, costume e tradições
E Te recitas no Teu falar e no Teu namorar.

Ó Tu aí que tens Camões na língua
Que numa serenata cantas e encantas com as Tuas mornas,
Mas ao mesmo tempo me cansas com o Teu funaná.
Ah…só no azul das Tuas quentes águas me acalmo.

Ó Tu aí que me entristeces com as Tuas saudades,
Mas que me alegras com a Tua força, os Teus sacrifícios
Este Teu abraçar das tuas coladeiras
Me faz sentir em casa pisando o castanho da terra.

Ó Tu aí que me acordas com o ardente do Teu grogue
E me manténs com a riqueza da Tua cachupa
Só mesmo Tu com os Teus dez amores do Atlântico
Para não me deixares esquecer quem sou e de onde venho.

Ó Tu aí…sei bem quem És.
És África, És Cabo Verde.
Ó “cretcheu”, sou Teu.



07-02-2009

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