quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um tempo


Perguntei-te, disseste que sim,
Respondi-te, disseste que não,
Propus-te, disseste “talvez sim,”
Tentei, disseste “agora não”,
Avancei, pediste um tempo,
Dei-te um tempo e ficaste parada no tempo.

Assim, no fim do tempo do tempo que te dei,
Recuei no tempo do tempo que eu tinha,
Porque no tempo do tempo que o tempo tem
O tempo não tem tempo para o tempo que temos.
E, pelos vistos, ainda não chegou o nosso tempo
Ou para nós os dois não há qualquer tempo.
E se houver, o nosso tempo já passou no tempo.

Por isso, não mais te perguntei pelo sim,
Deixei de responder-te para não ouvir um não,
Não mais te propus pelo sim,
Deixei de tentar que fosse agora,
Desesperei no tempo do tempo que pediste,
E passei por cima do tempo do tempo que te dei,
Porque tanto tempo no tempo do tempo
É perda do pouco tempo do tempo que temos.


18-06-2009

1 comentário:

Anónimo disse...

Este poema está bastante engraçado. É necessário lê-lo mais do que uma vez para compreender inteiramente o seu significado, mas tem significado, está lá e a mensagem é perceptível.

Parabéns mais uma vez. Fica bem.

rsl (Lx, Pt)